O TEMPLO DE UM VERDADEIRO INICIADO – CONJECTURAS À LUZ DA MAÇONARIA CONTEMPORÂNEA
Estamos vivenciando uma Maçonaria conflituosa nos dias atuais ou seria maçons em conflito?
O interregno que estamos observando em nossos Templos mostra aos irmãos mais observadores, que existe um duas correntes que veladamente se demandam: A dos mais antigos, bastante conservadora nas tradições de nossa Sublime Ordem e a dos mais Jovens, adepta a modernidade da tecnologia da informação e da inteligência artificial e esse conflito se traduz com o aumento expressivo da Evasão que estamos vivenciando se agravando nessas três últimas décadas, sendo que a Maçonaria Universal perdeu mais de 30 % dos seus iniciados nos 15 últimos anos, conforme pesquisa da GLMDF divulgada e que ainda mostra que o único País que ainda se mantém com crescimento no Mundo é o Brasil. Essa evasão está se acelerando e vemos que incide principalmente naqueles irmãos com menos de 5 anos de iniciados, que se mostram desmotivados, desiludidos e até mesmo decepcionados pelo Ostracismo cultural, ritualístico , inercial e falta de ações planificadas, vendo uma Maçonaria que está vivendo da glória do passado, e onde as vaidades pessoais imperam de maneira pomposa e até acintosa , de uma vulgaridade até então , nunca presenciada. Voltando à baila de nosso ensaio, frisamos que o verdadeiro templo de um maçom não é uma estrutura física, mas sim o seu próprio ser, o seu interior, onde a construção moral e espiritual ocorre. Embora os maçons se reúnam em templos físicos para rituais e estudos, o objetivo final é a transformação interior e a busca pela verdade. O templo, em si, é carregado de simbolismo, representando o universo, o corpo humano e o caminho para a iluminação. Academicamente poderemos dizer que ele é geralmente dividido em três partes: Ocidente (mundo material), Oriente (mundo espiritual) e a área central (o homem) e sua orientação do Ocidente para o Oriente, simboliza a jornada do maçom em direção à luz e ao conhecimento, buscando desenvolver virtudes como amor, amizade, razão, humildade e perseverança, afastando-se de vícios e ambições egoístas. Em resumo: Embora os templos físicos sejam importantes para os rituais e o estudo, o verdadeiro templo maçônico é a jornada de transformação interior que cada um deve empreender em sua individual busca pela verdade e pelo aprimoramento moral e espiritual.
A grande maioria dos que estão adentrando em nossas colunas, o fazem por cinco motivos principais, segundo estudos realizados por estudiosos irmãos, em um grupo especialmente montado aqui nas Três Fronteiras que englobam Bahia- Espírito Santo-Minas Gerais. Nessa pesquisa de dois anos, que foi terminada há dois meses e estava sendo processada a sua criteriosa análise , foi criado um perfil do maçom evasor.
O PERFIL DO EVASOR
IV Encontro de Gestores de Lojas Maçônicas das
Três Fronteiras 08 a 10 dezembro 2023
Conceição da Barra-ES
O perfil do Maçom evasor (que deixa a
instituição), em sua maioria, é de um:
- Ainda não é Mestre Maçom (ou Mestre cujo tempo de Interstício é baixo);
- Com menos de 5 anos de Maçonaria;
- Casado;
- Sem religião declarada;
- Com Ensino Superior e
- Renda mensal entre 5 e 10 mil reais.
- 58 % dos Maçons brasileiros tem acima de 60 anos.
Apenas 1/3 dos Maçons brasileiros
têm menos de 46 anos de idade.
Há um conflito de gerações na
Maçonaria brasileira entre os Maçons com menos de 46 anos e os de mais idade. A geração mais jovem apresenta
características mais críticas, tem uma média maior de nível de escolaridade e de hábito de leitura.
Os anseios dos Maçons mais jovens divergem essencialmente dos anseios dos Maçons idosos. A geração mais jovem apresenta
características mais críticas, tem uma
média maior de nível de escolaridade e de hábito de leitura.
Os anseios dos Maçons mais jovens divergem dos mais idosos também em essência.
Outro fator citado pelo relatório da equipe, são as insatisfações apontadas, dentre as quais citamos os os chamados
“profanos de avental”é como são conhecidos no Brasil os maçons que não têm comportamento e compromisso maçônico, dentro e fora dos Templos, o que desmotiva os mais jovens que se desiludem com aqueles, que deveriam ser escopos das virtudes e dos bons costumes. Ainda, essa camada mais jovem, com
comportamento mais questionador,
aponta suas insatisfações em relação às “reuniões sem conteúdo” e,
também, “desinteresse” dos irmãos maçons que não têm comportamento
maçônico , que somente vão as reuniões para destilarem desavenças, participarem do Ágape além de exporem suas ” medalhas e títulos”. As pesquisas indicam que ainda há muita desvalorização dos Aprendizes e
Companheiros em Loja. Não há um
planejamento das Sessões, inexiste a capacitação e desenvolvimento dos recém iniciados. Geralmente são
ministradas as instruções obrigatórias
e nada mais. Mas essa pesquisa profunda também aponta soluções Como as causas da Evasão são bem diversificadas, as
soluções . As mais importantes são:
1 – Implantar um rigoroso processo de Formação Maçônica;
2 – Promover Ações Sociais, de forma estruturada;
3 – Promover Ações Políticas,
implementando a
“Maçonaria Executiva”
4- Valorização individual pela Meritocracia de cada um.
5- Formação Maçônica - Com otimização do espaço e do tempo;
- Valorização do Ensino Maçônico;
- Motivação e participação
do MESTRE; - Incentivo aos Obreiros para
o estudo e a pesquisa; - Melhor compreensão da Instituição. No Grau de
Aprendiz Maçom: ✓ Loja é o Referencial.
✓ A Loja é a Responsável pela sua Formação.
✓ A Loja é quem deve estar Preparada, propiciar as condições que promovam o seu aprimoramento, educacional, motivacional e insercional doutrinário.
Para o Companheiro Maçom:
✓ Desenvolvimento do que é Fraternidade.
✓ Desenvolver-se e Conhecer-se
✓ Dominar os Conhecimentos para Compreender
o que é a Vida, dentro e, fora do Templo , Na família e na Sociedade como um todo. E ao
Mestre Maçom:
✓ Ele é o Referencial.
✓ Ele é o Responsável pela continuidade e pelo processo de educação e formação dentro da Loja
✓ Realizar obras no sentido individual
e coletivo
✓ Difundir as ideias, a Ética e a Moral Maçônicas.
Essas regras devem ser implementadas em um trabalho coletivo, no Templo Físico de nossas oficinas.
Agora voltando ao Templo interior de cada um de nós, vemos uma diversidade de pensamentos, paradigmas dos mais variados matizes sociais e culturais e isso nos traz um novo desafio a ser equacionado: Como trabalhar o Templo Interior de Casa um de nós?
Mesmo diante de desafios temos
Ferramentas e Técnicas:
Estudo e Reflexão:
Aprofundar-se nos ensinamentos maçônicos, refletindo sobre seus significados e aplicações práticas.
Meditação:
Praticar a meditação para acalmar a mente, aumentar a concentração e fortalecer a conexão com o interior.
Oração:
Buscar a conexão com o divino, através da oração, para encontrar orientação e força interior.
Ritualística:
Participar ativamente dos rituais maçônicos, utilizando-os como ferramentas de transformação interior.
Em resumo, o trabalho no templo interior na Maçonaria é uma jornada pessoal de transformação, onde o maçom deve buscar construir um caráter virtuoso e uma vida alinhada com os princípios maçônicos, utilizando os ensinamentos, símbolos e ferramentas da ordem como guia. É na maturidade que o homem verdadeiramente iniciado, desperta e se considera parte de um templo maior que consiste em toda a vida do “grande” Universo. Conscientiza-se que concorre para a realização de todo o esplendor do milagre da vida estabelecido em leis naturais espantosas, só compreendidas no amadurecimento espiritual . Os maçons reúnem-se num templo de pedra que representa o Universo, local sagrado onde cada indivíduo reconstrói o seu próprio lugar sagrado, o templo de si mesmo. É nesse local também onde se provoca e incentiva ao seu irmão a edificar e melhorar o seu templo. Cada um atua num templo de carne que é a representação em miniatura do Universo dentro de um templo de pedra que o representa . Os templos melhorados pelo trabalho em si mesmos agradecem ao privilégio de vestirem ossos com carne, animados pela força ativa do espírito que exalta o dom da vida. É pelo conjunto de todo o trabalho de construção e reconstrução, planejado racionalmente, que o Maçom declara a glória do Grande Arquiteto do Universo, reconhecendo seu infinito poder e nossa infinita fraqueza, e que Ele transcende qualquer limitação humana, sendo a fonte de toda a criação e capaz de realizar feitos extraordinários. Ao reconhecermos esse poder, somos impelidos a confiar em Sua sabedoria e direção em nossas vidas, buscando uma relação mais profunda com Ele e permitindo que Sua vontade se manifeste em nós.
Somente assim teremos purificados o nosso Templo Interior, local que deve abrigar o Supremo Arquiteto do Universo.
Ir Dario Angelo Baggieri
M.’. I.’.CIM 157465
Cadeira N°1 da AMLES- Patrono Alferes Tiradentes









